O presidente do Botafogo, o dentista Maurício Assumpção, é um gentleman.
Esteve sempre ao lado de Jobson no caso do exame antidoping pelo uso de crack.
Foi ele quem defendeu o retorno do jogador, enfrentando toda a sua diretoria, contrária à decisão.
Até mesmo quando ele voltou a aprontar, atrasando, faltando a treinos do time, ele se conteve.
Emprestou-o ao Atlético Mineiro sem desmoralizar o atacante.
Bastaria contar a verdade, tudo o que Jobson aprontou.
Sem aumentar uma palavra e o jogador seria apreciado com outros olhos pela torcida do Atlético Mineiro.
Jobson não conseguiu tirar Mauricio Assumpção do sério.
Mas Somália... sim.
O dirigente está revoltado com o comportamento absurdo do seu jogador.
Ele tem o péssimo costume de chegar atrasado aos treinamentos.
Foi assim durante 2010.
O paciente Joel Santana quis até afastá-lo da equipe diante da falta de compromisso com o relógio.
Somália foi alertado antes de sair de férias que estava na alça de mira de Joel e da diretoria.
Pois bem, logo no primeiro dia de trabalho do time, ele falta.
Telefona avisando que havia sofrido um sequestro relâmpago.
A notícia foi divulgada no mundo inteiro.
Mais uma desmoralização da segurança do Rio de Janeiro, cidade da final da Copa de 2014 e da Olimpíada.
Ele deu detalhes do sequestro.
Disse que teve um cordão de ouro e relógio roubados e teve sorte porque o sequestrador não o reconheceu.
Só por isso foi solto.
Fez até um boletim de ocorrência, no 16º Distrito Policial, na Barra da Tijuca.
Disse aos policiais que passava o tempo todo pensando na filha.
Tinha medo de ser morto.
Foi a mesma história que contou para os dirigentes do clube.
Acabou tratado como um herói e ninguém se lembrou do dia de treino que perdeu.
Acontece que os policiais do Rio receberam ordem do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Ele queria o crime resolvido.
Até para limpar a imagem da cidade no Brasil, no mundo.
Logo na primeira averiguação, a história de Somália ruiu.
Ele disse que havia sido sequestrado às 7 horas da quarta-feira.
Só que as imagens gravadas por câmeras no seu próprio prédio o denunciaram.
Ele chegou às 4 da madrugada no prédio.
Com o cordão de ouro e o relógio que disse terem sido roubados.
Às nove da manhã sai do prédio sem o cordão e o relógio, e vai para a delegacia.
Para os policiais não há dúvida: ele inventou o sequestro.
No Botafogo, a confirmação.
Ele não queria ser multado em 40% do salário como havia sido ameaçado caso se atrasasse em 2011.
Somália preferiu usar a criatividade, a mentira, para escapar da punição.
Só que foi desmoralizado pela polícia.
Nunca ele iria imaginar que o próprio prefeito carioca iria exigir uma investigação detalhada sobre o caso.
E ficou claro que ele foi capaz até de usar a própria filha para tentar sensibilizar os dirigentes do clube.
Mauricio Assumpção está revoltado com traição de Somália.
Joel Santana pediu que não rescindisse o seu contrato.
Ele é importante no time para 2011.
O gentleman presidente concordou.
Apenas avisou que Somália terá de arrumar um advogado para enfrentar a PM.
Ele deverá ser processado por haver criado essa incrível farsa.
Pode pegar de um a seis meses de detenção.
Foi ridículo, irresponsável.
Policiais que poderiam estar trabalhando contra o tráfico de drogas no Rio, tiveram de perder tempo com essa fantasia colegial de Somália.
Mauricio Assumpção não se conforma com a atuação dramática e mentirosa digna de novela do jogador.
O volante precisará jogar tudo o que sabe e o que não sabe para continuar no Botafogo.
Qualquer bobagem que aprontar será dispensado imediatamente.
Ele já foi avisado.
Também como o teatro de nada adiantou, será multado em 40% do salário por perder o primeiro dia de treino.
Poucas vezes na história do futebol brasileiro uma multa foi tão bem aplicada...
Ele que escolha bem o advogado, a PM do Rio está indignada...
E ansiosa por processá-lo pela denúncia mentirosa.
Quer que sirva de exemplo...
Para que jogadores nunca mais envolvam com farsas egoístas a ocupadíssima polícia do Rio de Janeiro...
Fonte: esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli
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