O Anonymous divulgou uma gravação da conversa, em que detetives dão detalhes do monitoramento de possíveis hackers. O FBI disse que a informação foi obtida ilegalmente.
Horas depois, foi revelado que o Anonymous também invadiu os sites da polícia americana e do Ministério da Justiça grego.
"Uma investigação criminal está sendo feita para identificar e exigir explicações dos responsáveis."
A unidade central de crimes cibernéticos da Polícia Metropolitana de Londres disse que o assunto está sendo investigado, mas que a interceptação da chamada não causou riscos à operação.
Também nesta sexta-feira, o grupo Anonymous Brasil atacou o site do Banco Central e as páginas dos bancos BMG, Citibank e PanAmericano, que ficaram temporariamente instáveis.
O grupo também assumiu a autoria de ataques aos sites dos bancos Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e HSBC, que aconteceram durante a semana.
'Altamente vergonhoso'
O Anonymous é um coletivo descentralizado de "hacktivistas" que foi responsável por ciberataques a diversas empresas, governos e indivíduos nos últimos anos.
A gravação da conferência telefônica - que teria acontecido no dia 17 de janeiro - foi colocada no YouTube, com o texto de um e-mail que teria sido enviado pelo FBI para agências de segurança em diversos países dando detalhes sobre como participar da chamada.
O e-mail convidava os policiais a "discutir as investigações em curso relacionadas ao Anonymous, ao Lulzsec, ao Antisec e a outros grupos relacionados".
Não está claro o modo como o Anonymous obteve a gravação, mas o advogado de um dos suspeitos mencionados na conferência disse à BBC que ela aparentemente foi retirada de um arquivo de áudio em um e-mail interceptado, ao invés de ter sido ouvida por hackers.
Um comentário em um dos perfis de Twitter ligados ao Anonymous, o "AnonymousIRC", disse que "o FBI deve estar curioso sobre como temos conseguido ler os comunicados deles há algum tempo".
A gravação tem cerca de cinco homens falando da Grã-Bretanha, de Los Angeles e de Washington, que discutem as investigações sobre próprio Anonymous e outros grupos similares, além de citar planos para prisões de suspeitos.
Entre os suspeitos estão diversos britânicos acusados de estarem por trás de ciberataques nos dois países.
A polícia diz os pseudônimos que os homens usam online, mas seus nomes reais foram apagados da gravação.
Quando os detetives britânicos discutem o adiamento de algumas prisões enquanto as investigações americanas estão acontecendo, os agentes do FBI agradecem pela cooperação deles.
"Estamos aqui para ajudar. Nós já estragamos as coisas no passado, sabemos disso", diz um dos britânicos.
O correspondente de segurança da BBC, Frank Gardner, diz que a gravação é altamente vergonhosa para os detetives.
'Mais desordem'
Horas depois da divulgação da chamada, o Anonymous assumiu estar por trás de um ataque a um site da polícia de Boston, nos Estados Unidos.
Uma mensagem colocada no site antes que ele ficasse fora do ar disse que o ataque foi uma resposta à "brutalidade policial" em relação aos ativistas do movimento Occupy Wall Street e avisou que haveria "mais desordem por acontecer".
A polícia de Salt Lake City, no Estado de Utah, também está investigando um ciberataque que aconteceu na última terça-feira, em um site usado por moradores para denunciar crimes.
Hackers operando em nome do Anonymous também invadiram o site do Ministério da Justiça da Grécia nesta sexta-feira em um protesto contra a assinatura do país em um tratado global de direitos autorais e contra o modo como o governo está lidando com a crise econômica.
O site foi substituído por um vídeo com uma figura usando a máscara branca que é símbolo do grupo dizendo: "A democracia nasceu no nosso país, mas vocês a mataram."
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