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27 de mai. de 2012

Parque do Beto Carrero fecha acordo para ter Shrek e Velozes e Furiosos

No momento em que os brasileiros batem recordes de gastos no exterior e são reconhecidos pelo governo americano como seus turistas mais rentáveis – boa parte deles em visitas a parques como a Disney World, na Flórida –, o Beto Carrero World passará a contar com um reforço internacional na sua lista de atrações. O parque temático catarinense, um dos maiores do País, ao lado do Hopi Hari, no interior de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira parcerias com a Universal e a Dreamworks para explorar personagens de filmes como Velozes e Furiosos, Shrek e Madagascar. O acordo, que tem o valor mantido em sigilo, prevê exclusividade na America do Sul por ao menos cinco anos, com possibilidade de renovação.
De acordo com Alex Murad, presidente do parque e filho do empresário e artista João Batista Sérgio Murad, o Beto Carrero, em junho os visitantes já poderão ver o Kung Fu Panda, os pinguins de Madagascar e outros personagens circulando pelas calçadas do parque. O passo seguinte será a criação de pequenos shows. Em um prazo maior, não divulgado, o contrato prevê a construção de áreas dedicadas a cada uma das animações, lojas e restaurantes temáticos. “Já estamos trabalhando no planejamento”, afirma Murad.
O contrato vale para personagens já lançados e também os por lançar. A Dremworks tem ao menos três novas animações em produção: A Origem dos Guardiões, The Turbo e The Croods. “O Brasil é um dos mercados que consideramos mais promissores fora dos Estados Unidos”, diz Karren Phelan, vice-presidente mundial de licenciamento de parques temáticos da Dreamworks. Segundo ela, a boa perspectiva se deve ao crescimento esperado para a economia e à boa aceitação dos personagens criados pelo estúdio entre os brasileiros.
Quanto a Velozes e Furiosos, a previsão é de que um show com carros, motos e caminhões que já existe tenha o enredo, o cenário e o figurino adaptados aos do filme, que teve uma das sequências, ainda por ser lançada, parcialmente filmada no Rio de Janeiro.
Em falso
O acordo do Beto Carrero World com os estúdios americanos acontece em um momento em que o mercado brasileiro de parques de diversões patina. Segundo Francisco Donatiello Neto, presidente da associação que reúne as principais empresas do setor, a Adibra, a expectativa é de crescimento zero neste ano. No ano passado, ainda houve aumento de 5% em publico e receita, diz o dirigente. Mas neste, com a previsão de fechamento para remodelagem do PlayCenter, em julho, e os impactos negativos sobre o movimento da morte de uma garota no Hopi Hari, o desempenho do setor tende a ficar no patamar de 2011, quando as 245 empresas ligadas à entidade venderam 37 milhões de ingressos e faturaram cerca de R$ 850 milhões.

Pesa em parte ainda a mudança no perfil de público. Segundo Donatiello, o setor é contracíclico, o que quer dizer que quando a economia vai mal, ele costuma ir bem. Com pouco dinheiro no bolso, o brasileiro de classe média alta, que antes ia a parques lá fora, passa a frequentar os nacionais. Quando a situação é inversa, acontece o contrário. 
A perda do cliente de alta renda é compensada em parte por um público emergente, mas que ainda não tem muito dinheiro sobrando para gastar em souvenires, atrações não incluídas no tíquete geral e alimentação. “Lá fora, essas receitas complementares chegam a representar 50% do total. No Brasil, estão perto de 30%”, afirma o dirigente da Adibra. 
Por fim, Donatiello reclama que o setor ainda enfrenta dificuldade para investir porque os brinquedos mais modernos, fabricados lá fora, são taxados como bens de consumo na hora da importação. A Adibra defende que sejam taxados como bens de capital, que assim como máquinas usadas na produção de bens de consumo, poderiam ser financiadas por programas como o Finame, do governo federal, que oferece juros mais favoráveis que o mercado.
Passe livre 
No Beto Carrero World é possível ver sinais que sugerem que o parque enfrenta os mesmos problemas de seus pares no restante do País. Há pontos de infiltração em partes da fachada do grande edifício colorido da entrada, e a pintura está desgastada em outras. Nesta sexta-feira de chuva na região, o movimento à tarde era quase nenhum, mesmo com a promoção que garante aos visitantes do parque no mês de maio passe livre para o mês inteiro.

Apesar dos sinais pontuais de descuido e do baixo fluxo de visitantes no dia – os períodos de alta temporada são os dos meses de férias de julho e de final do ano –, Murad afirma que o Beto Carrero World vem crescendo ao ritmo de cerca de 20% ao ano, em público e receita. No ano passado, a venda de 1,35 milhão de ingressos gerou receita de cerca de R$ 80 milhões. Nas contas de Victor Hugo Loth, diretor de mídia e criação do parque, outros 30% vieram de receitas extras, como a venda de souvenires, alimentos e atrações especiais.
O resultado é atribuído por Loth à implantação de novas atrações – a média era de uma grande atração ao ano, até agora, diz o executivo. Mas também a um conjunto de fatores eternos que vai da melhora das estradas federais de acesso à região ao aumento da frequência de voos no aeroporto de Navegantes e à expansão e qualificação da rede hoteleira.
Nova gestão 
O acordo com os estúdios americanos deve contribuir para manter o ritmo de expansão do parque e é provavelmente o principal feito da gestão de Alex Murad, iniciada há cerca de quatro anos. Primogênito – tem ainda duas irmãs –, Murad assumiu o negócio aos 29 anos, após a morte do pai. Segundo ele, as constantes viagens com Beto Carrero e os Trapalhões – Carrero participou de quatro filmes com a trupe de humoristas – contribuíram para que não se formasse em nenhum curso superior. Mas pondera que a experiência de mais de dez anos em diversas funções no parque o ajudaram a ter uma visão geral do negócio. Para ajudá-lo, também manteve a equipe de administradores montada por seu pai, o que foi considerado por alguns profissionais do mercado como uma das atitudes sensatas de sua gestão.


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