Uma Branca de Neve muito guerreira, Kristen Stewart; uma madrasta com enormes poderes mágicos, Charlize Theron, e cenários de conto de fadas de uma cuidadosa produção. Isso é o que oferece a enésima versão cinematográfica do conto dos irmãos Grimm.
“Branca de Neve e o Caçador”, que conta com direção de Rupert Sanders, cineasta egresso de uma publicidade mais inovadora, apresenta um grande significado estético, às vezes, excessivos, mas repleto de imagens impactantes.
Além de decorações e paisagens, esta nova versão de Branca de Neve, que estreia nesta sexta-feira (01) no mundo todo, chega às telas com um grande duelo de personagens e de atrizes.
Charlize Theron empresta sua estonteante beleza e seu talento ao estereótipo da vilã no cinema, a madrasta malvada, uma mulher que no conto original usa disfarce e fala com espelho. No entanto, nesta versão, a personagem aparece com mais poderes do que qualquer super-herói da Marvel.
Do outro lado, aparece a até então Bella Swan, da saga “Crepúsculo”, que ganha uma personalidade real para se transformar em uma guerreira Branca de Neve. Trata-se da atriz Kristen Stewart, que, por sua vez, demonstra que é muito mais que uma vampira e que está muito acima de seus companheiros masculinos de elenco, Chris Hemsworth e Sam Clafin.
No entanto, o mais interessante do filme é, sem dúvida, o duelo entre Charlize e Kristen, apesar das duas aparecem juntas em poucas ocasiões.
As duas se alternam na missão de levar o peso de uma história que eleva o papel da madrasta e, por consequência, endurece o de uma Branca de Neve, que é capaz de enfrentar soldados e encantar com a mesma tranquilidade.
Apesar da rivalidade do duelo, Charlize parece levar vantagem nesta disputa, já que a mesma se recria em uma personagem marcada por tiques nervosos e manias e favorecida por um espetacular figurino, capaz de se transformar em um corvo.
Entre as duas protagonistas também há espaço para algumas incursões de outros personagens, como a dos anões, que aparecem como bandidos da floresta e se responsabilizam pelos poucos toques de humor presentes no filme.
Esse é provavelmente o maior erro da fita, que se apresenta de uma maneira muito séria. Isso porque, se o conto se caracteriza por algo é justamente por esse toque de humor e de irrealidade, que se misturam em uma atmosfera marcante e tão particular.
Apesar de tudo, trata-se de uma história entretida, bem narrada e com algumas cenas espetaculares, especialmente as das transformações da madrasta, que abandona momentaneamente a doçura do conto para se fazer mais amargo, mais adulta e mais interessante.
Muito mais que a outra Branca de Neve lançada neste ano, uma adoçada versão bollywoodiense protagonizada por Julia Roberts no papel de rainha má. EFE
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