A Polícia Científica do Paraná entregou na última segunda-feira (8) ao MP-PR (Ministério Público do Paraná) um relatório que mostra novos dados sobre o trabalho da médica e ex-chefe da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba, Virgínia Soares de Souza, 56. Ela é acusada de homicídio qualificado e formação de quadrilha pela morte de sete pacientes.
Segundo o relatório, que reúne prontuários de janeiro de 2006 a fevereiro deste ano, dos 346 casos analisados, em 317 deles os pacientes morreram no mesmo dia em que houve prescrição médica de Virgínia Soares. Para o advogado de defesa, Elias Mattar Assad, o relatório não tem valor científico.
— Discordo dessa conclusão, pois não é científica e um conjunto de coisas que não provam é igual à prova nenhuma.Sobre a médica Virgínia, recai a acusação de provocar mortes — juntamente com outras sete pessoas também indiciadas pelo MP — por meio do uso de medicamentos que provocariam paralisações musculares. Os pacientes morreriam por asfixia.
— Em conversa com minha cliente, ela reafirmou que tudo o que foi feito dentro da UTI está compreendido na literatura médica e questionou se, caso tivesse feito algo errado, deixaria essas supostas evidências nos prontuários?
O caso permanece sendo investigado pelo Nucrisa (Núcleo de Repressão a Crimes Contra a Saúde) e teve início em março do ano passado por meio de denúncias anônimas de pessoas que atuavam na UTI junto à Corregedoria do Estado, que as repassou ao Ministério Público. Outros 21 casos continuam sendo investigados pela polícia, assim como diretores do hospital nos últimos anos.
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