Um site para evitar a angústia das prendas nesta é a época do ano em que mais se sente a dificuldade em escolher o presente certo ou, pelo menos, um presente que não seja um erro crasso. Um grupo de empreendedores portugueses estava à procura de uma ideia de negócio quando se lembrou da angústia da compra e do sorriso amarelo de quem recebe aquilo que não quer. Decidiram largar os empregos e lançaram uma plataforma para os utilizadores criarem listas de desejos e recomendarem prendas uns aos outros.
A ideia de introduzir um elemento social nas compras online está longe de ser nova. Porém, o Wishareit - é um trocadilho com a palavra inglesa “wish” (desejo) e lê-se “we share it” (nós partilhamos isso) - já ficou bem classificado em vários concursos de empreendedorismo e tem como estratégia apostar primeiro em mercados que ainda não estão maduros. Como já começa a ser habitual em start-ups portuguesas, o Brasil será o país de arranque.
O Wishareit está online desde Outubro. A primeira versão, pouco mais do que um agregador de prendas ao estilo do Pinterest, atraiu 400 utilizadores sem divulgação. O objectivo era apenas ter algo mais interessante do que uma página a dizer que o serviço chegaria em breve. Mas, como as pessoas pensaram tratar-se já de um produto final, a equipa de cinco pessoas apressou-se a lançar o site, que já integra as funcionalidades necessárias para se criarem listas, pedir e recomendar presentes a outras pessoas, ver as listas dos amigos e as prendas mais populares.
Por ora, o acesso é feito exclusivamente através da conta do Facebook. O Wishareit importa os contactos desta rede social e, em breve, importará também o tipo de círculo social, identificando automaticamente os que são simplesmente “amigos” e os que são “amigos próximos”.
Graças a um botão que pode ser colocado na barra de favoritos do browser, os utilizadores podem adicionar ao Wishareit objectos ou serviços que estejam à venda online. Estes podem ir parar à própria lista de desejos ou serem recomendações de prendas para outros. É possível sugerir que um determinado livro seria uma boa prenda para um amigo e deixar essa informação disponível para o círculo social daquela pessoa. Ou escolher um jogo que seria o presente certo para o filho mais pequeno e dar assim uma dica ao resto da família sobre o que pode oferecer. O utilizador pode também indicar se se trata de uma boa prenda de Natal, de aniversário ou se não é preciso encaixar-se numa ocasião especial.
“A prenda faz parte de uma economia social e afectiva”, resume Pedro Moura, 36 anos, um dos fundadores do Wishareit, numa entrevista na incubadora Start-up Lisboa, onde a empresa funciona.
O plano, adiantou, passa por levar esta vertente social mais longe: está previsto que grupos se possam juntar para oferecer um presente e uma funcionalidade que dará informação sobre quem na rede social do utilizador já tem um determinado objecto (como um livro) e até o pode emprestar. Pedro Moura frisa que o objectivo do site não é pôr os utilizadores a consumirem mais e que, se a plataforma resolver necessidades dos utilizadores, “o dinheiro acaba por vir”.
Pouco mais de 30 mil euros
A empresa por trás do Wishareit foi criada recentemente, mas a ideia está a ser amadurecida há mais de um ano. Pedro Moura estava “à procura de uma coisa nova”, após vários anos de trabalho na tecnológica Novabase, onde tinha uma posição próxima do topo. João Romão, 24 anos, trabalhava na mesma empresa. O terceiro co-fundador, João Gomes, 35 anos, também tem um historial de trabalho na área de tecnologias de informação. Os três têm em comum o facto de já terem criado empresas antes.
Ao todo, entre família, amigos e algum investimento próprio, angariaram pouco mais de 30 mil euros para o arranque. A equipa tem cinco pessoas (a que se soma um designer em regime de freelance). Pedro Moura e João Romão estão a trabalhar sem salário, mas reconhecem que na área das tecnologias de informação há empregabilidade e, caso a aventura corra mal, relativizam o risco (maior para Moura, que tem filhos, do que para Romão, que lembra despreocupadamente não ter tido sequer tempo de se habituar a ter salário).
O dinheiro deverá esgotar-se em Março e agora estão à procura de investidores. Recentemente, apresentaram o projecto à Portugal Ventures, a sociedade de capital de risco do Estado. A meta são 500 mil euros, que esperam obter numa mistura de investimento público e privado.
O modelo de negócio assenta numa comissão sobre cada compra feita a partir de uma recomendação no Wishareit. Isto é feito através dos chamados "programas de afiliados", que muitos retalhistas online oferecem e que permitem a qualquer pessoa com um site receber uma parte da receita de uma venda que tenha impulsionado.
O negócio só funcionará se o serviço atingir um grande número de utilizadores e o capital de que estão à procura é crucial para promover a plataforma no mercado brasileiro, explicam os responsáveis. Depois disso, diz Pedro Moura, o Brasil pode servir de trampolim para os EUA, mas a empresa está interessada em explorar outros mercados, onde já abundam utilizadores do Facebook e onde o consumo online está a crescer, mas que tendem a não captar tanta atenção. É o caso da Indonésia e da Turquia
Ao todo, entre família, amigos e algum investimento próprio, angariaram pouco mais de 30 mil euros para o arranque. A equipa tem cinco pessoas (a que se soma um designer em regime de freelance). Pedro Moura e João Romão estão a trabalhar sem salário, mas reconhecem que na área das tecnologias de informação há empregabilidade e, caso a aventura corra mal, relativizam o risco (maior para Moura, que tem filhos, do que para Romão, que lembra despreocupadamente não ter tido sequer tempo de se habituar a ter salário).
O dinheiro deverá esgotar-se em Março e agora estão à procura de investidores. Recentemente, apresentaram o projecto à Portugal Ventures, a sociedade de capital de risco do Estado. A meta são 500 mil euros, que esperam obter numa mistura de investimento público e privado.
O modelo de negócio assenta numa comissão sobre cada compra feita a partir de uma recomendação no Wishareit. Isto é feito através dos chamados "programas de afiliados", que muitos retalhistas online oferecem e que permitem a qualquer pessoa com um site receber uma parte da receita de uma venda que tenha impulsionado.
O negócio só funcionará se o serviço atingir um grande número de utilizadores e o capital de que estão à procura é crucial para promover a plataforma no mercado brasileiro, explicam os responsáveis. Depois disso, diz Pedro Moura, o Brasil pode servir de trampolim para os EUA, mas a empresa está interessada em explorar outros mercados, onde já abundam utilizadores do Facebook e onde o consumo online está a crescer, mas que tendem a não captar tanta atenção. É o caso da Indonésia e da Turquia
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