A Sky lançou nesta terça, 13, em Brasília, o serviço de banda larga usando tecnologia de quarta geração (4G) TD-LTE, batizado de Sky Banda Larga. A companhia utiliza as frequências de 2,5 GHz adquiridas junto com a operação de MMDS da ITSA, há cerca de três anos.
Como antecipado por este noticiário, o serviço será lançado inicialmente em todo o Plano Piloto (Asas Sul e Norte, Lagos Sul e Norte), além das cidades satélites de Águas Claras e Sobradinho. A partir de 23 de janeiro, o serviço será expandido para as demais cidades que compõem o Distrito Federal.
Durante o evento de divulgação, representantes da Sky reforçaram que o objetivo principal da empresa é entregar um serviço com qualidade que possa se diferenciar do serviço prestado pelas empresas de telefonia e também pelas demais operadoras de TV por assinatura. "A gente entende que essa história de vender 10 Mbps e entregar 1 Mbps não funciona", afirma o presidente da companhia, Luis Eduardo Baptista (Bap). "Espalhou-se muito a ideia de que 100 Mbps é melhor do que 10 Mbps. Mas se eu vendo 100 e entrego cinco, e se vendo 10 e entrego 8, 10 é melhor que 100", ironizou. A Sky também está deixando claro que a experiência comercial em Brasília será um laboratório para que então se decida ou não pela expansão da oferta para outros mercados.
A Sky oferecerá pacotes de 2 Mbps e 4 Mbps, que também poderão ser adquridos por quem não é cliente de TV por assinatura. As baixas taxas disponibilizadas, considerando que o LTE pode chegar a 100 Mbps, pode indicar que, de fato, a Sky pretende se diferenciar dos concorrentes na questão da qualidade. Segundo Bap, a companhia fez pesquisa em diversas regiões metropolitanas e foi constatado que a principal preocupação do consumidor em relação à banda larga não é preço, e sim acesso e disponibilidade. A operadora pretende entregar uma velocidade real muito próxima da nominal.
Aliás, o preço é um ponto fraco da oferta da companhia. O serviço de 2 Mbps custa R$ 79,90 e o de 4 Mbps, R$ 99,90, fora dos pacotes com TV por assinatura. Mais uma vez, Bap argumenta que não é correto analisar o preço sem levar em consideração que os concorrentes, na sua avaliação, não entregam a velocidade integral dos planos. "Quando você fala que é mais caro, eu acho que depende. Porque quem vende 10 Mbps e entrega 1 Mbps, esse pode ser mais caro", analisa. Além da venda da banda larga avulsa, foram criados pacotes de acesso em alta velocidade mais TV por assinatura. Os preços começam em R$ 129,80 e podem chegar a R$ 379,70.
O executivo não especificou se contratualmente existe algum percentual de garantia de banda do serviço da Sky. No entanto, Bap lembrou que banda larga wireless é um serviço dinâmico e pode sofrer variaçõe sde qualidade por várias razões. "A rede é dimencionada para um determinado número de clientes. Se subir muito rápido, pode haver alguns gargalos", reconhece. Segundo apurou este noticiário, a rede TD-LTE de Brasília (a primeria em toda a região das Américas) tem 70 estações radiobase (ERBs) e cada uma delas está dimensionada para suportar 2,5 mil assinantes. A empresa começa o serviço com duas ERBs de quatro portadoras em funcionamento, ocupando 20 MHz de espectro, mas essa capacidade pode ser facilmente expandida para 40 MHz se houver necessidade. As taxas de transmissão no downstream e upstream estão assimétricas, nesse primeiro momento.
Por enquanto a Sky comercializa apenas um CPE (equipamento que fica na casa do usuário), com Wi-Fi integrado. Neste momento a companhia não prentede lançar o serviço móvel nem mini-modems. O serviço de SCM na faixa de 2,5 GHz só permite a chamada mobilidade restrita, que é quando o usuário usa o serviço em lugares diferentes, mas não em movimento. Portanto, a mobilidade plena na faixa ainda depende de uma ação regulatória da Anatel.
Expansão
A antiga ITSA tem frequência de 2,5 GHz em 12 cidades, mas a expansão do serviço para fora de Brasília, embora seja tecnicamente simples, já que não envolve obras civis, por exemplo, depende do sucesso do produto na capital federal. A Sky não parece estar muito interessada no leilão de 2,5 GHz neste momento, justamente porque a expansão vai depender desse desempenho inicial. "Se a a gente tiver muito sucesso em Brasília a gente pode considerar concorrer com os tubarões", afirma ele. A operadora, contudo, pleiteou junto à Anatel os 10 MHz a que tem direito no espectro destinado a tecnologias de FDD.
Escala
O TD-LTE está sendo testado pela China Mobile e é na escala do mercado chinês que a Sky confia para a redução do custo do CPE. Questionado sobre o preço do equipamento de uma tecnologia com pouquíssimas implementações comerciais o mundo, ele disse que o importante é que o modelo de negócio "parou em pé". Na medida em que o TD-LTE ganhe escala na China (segundo ele, o teste da China Mobile está sendo feito com mil torres) é natural que o CPE fique mais barato. Os custos de instalação também são baixos, já que na maior parte dos casos a recepção pode ser feita in-door, sem a necessidade de uma antena externa. Segundo apurou este noticiário, o custo da CPE está equivalemnte ao de um dongle 3G mais um roteador WiFi, e a ERBs custa o equivalente a uma ERB de 3G.
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