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19 de mar. de 2012

Chegamos à era da realidade aumentada?


Os novos óculos do Google, que prometem uma revolução na forma de ver o mundo, conseguirão se popularizar?

por Redação Galileu

Você usaria um computador sobre os olhos? // Crédito: Shutterstock
 Recentemente, o Google anunciou que seu laboratório de inovações, o Google X, irá lançar um par de óculos derealidade aumentada. A inovação deverá estar disponível no mercado até o fim do ano e promete ser uma espécie de “tela transparente” de computador. 
Apesar do design do produto ainda não ter sido revelado, já foi divulgado que ele terá uma câmera acoplada, capaz de identificar o que você vê. Como os óculos terão uma conexão 3G ou 4G, ele terá GPS e sensores de movimento. Além disso, você verá informações sobre os lugares que você visita automaticamente diante de seus olhos. Ao passear por pontos turísticos, por exemplo, você poderá ler sobre a história do local, ou ver dicas de outras pessoas que já passaram por lá. 
O invento do Google deverá custar entre 450 e 600 dólares, o preço aproximado de um smartphone. E de acordo com a empresa, o óculos deverá ser usado de forma ocasional e não continuamente. 
Popularização 
Não é a primeira vez que a realidade aumentada (ou a realidade virtual) ameaçam invadir a vida real. Produtos que usam esse conceito tentam conseguir um espaço no mercado desde a década de 1980, quando a RV. Research Inc. passou a vender capacetes e luvas que prometiam “transportar” o usuário para dentro de outro universo.
Mesmo com outras adaptações da mesma tecnologia, ela nunca se popularizou – seu uso mais freqüente é em terapias de reabilitação. Então fica a discussão: será que esse novo invento, possivelmente revolucionário, do Google vai pegar?
Para o futurólogo Michell Zappa, o público-alvo imediato dos óculos serão os aficionados por tecnologia, o mesmo tipo de pessoa que faz fila fora das lojas da Apple quando um novo iPhone é lançado. “Mas acredito que os óculos serão uma extensão dos aparelhos Android, e eles não tem fãs tão apaixonados”, conta.
Evolução e não revolução

Ainda de acordo com Zappa, a grande maioria das mudanças tecnológicas que afetaram a sociedade aconteceu em forma de evolução e não de revolução. Por exemplo, todo o meio de comunicação, em seu início, usava a linguagem da tecnologia que o antecedeu. Em seus primeiros anos, a TV tinha a programação do rádio, a web reproduzia o conteúdo de jornais e, mais recentemente, no iPad prevalecem as revistas digitais – as novas possibilidades ainda foram pouco exploradas. 

Como tecnologia específica, é possível analisar o multi-touch. As primeiras telas sensíveis ao toque foram construídas, acredite ou não, na década de 1960 pela IBM e, desde então, apareceram em alguns computadores ou outras máquinas. Ou seja, ela não era uma novidade quando o primeiro iPhone foi lançado, em 2007. Mesmo assim, sua popularização só aconteceu aos poucos, enquanto sua interface era adaptada ao público. 
Foi nesse processo que aconteceu uma revolução comportamental. Essa interface possibilitou o desenvolvimento dos apps que, hoje, são parte essencial dos nossos smartphones.
Será, então, que é este é o momento da popularização da realidade aumentada, através dos óculos do Google? “Não sei se esse lançamento vai quebrar com tantos paradigmas que existem no  mercado agora. Espero que os óculos sejam realmente úteis, mas, historicamente, vemos que o lançamento de produtos inovadores é sempre por evolução e não uma revolução”, conclui Zappa. 
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