A Amazon realmente aportou em solo tupiniquim no final de 2012, como eu tinha escrito. Com tantos boatos e com tanto vai ou não vai, achei que só veríamos isso em 2013, lá pelo meio do primeiro semestre. Entretanto, a chegada de outros concorrentes fez a gigante de Jeff Bezos acelerar seus planos e parar de mimimi.A sua chegada, na madrugada de ontem para hoje, 6 de dezembro, não foi a única: há mais de dois anos bato na tecla da Kobo, empresa canadense concorrente da Amazon, e que podemos dizer que ocupa o terceiro lugar nos Estados Unidos, após a própria Amazon e a Barnes & Noble. A discreta vinda da Kobo não significa pouca coisa. Apesar de achar que a Kobo não será líder no Brasil, acredito que ela venha a adotar o estilo Google “Don’t be evil”, como já faz em outros países. A Koboé o equilíbrio entre tantas gigantes, e foi fechar contrato justamente com a Livraria Cultura, que é um ícone de prazer na leitura.Há algumas semanas, já tínhamos acompanhado a chegada da iBookstore no Brasil, na surdina. De repente, lá estava ela, vendendo eBooks. Quem também chegou de forma discreta foi a Google: se você entrar na Play Store brasileira, já verá por lá os links para a compra de livros e filmes. Ou seja, de repente, de novembro para cá, temos simplesmente as quatro maiores empresas do mundo na venda de e-Books, todas vendendo exemplares em português (falta só a B&N).Essa notícia me empolga e, creiam, é muito importante. Depois de muito blábláblá, de muita promessa, ameaças, choro por parte das editoras, agora é definitivo. O Brasil entrou na era dos livros digitais. E eles vieram para ficar e vão mudar tudo. Isso não vai acontecer do dia para a noite, pois as editoras brasileiras são extremamente tradicionais, e vão ficar agarradas ao que têm o quanto puderem. Mas que vai mudar, ah, isso vai.Para começar, de forma vagarosa e crescente, teremos uma melhor oferta de preços, além de promoções para livros digitais. Antes, qualquer livraria online vendia e-Books pelo mesmo preço estipulado pela editora, e assim não havia competição. Com empresas internacionais na parada, que querem mais é que o digital domine tudo, a concorrência vai provocar queda de preços e uma melhor oferta para os leitores, que já com seus smartphones e tablets em mãos, não veem a hora de começar a usufruir disso.São benefícios para o leitor, mas não se preocupem, pois as editoras também vão sobreviver. Apesar de todo o medo e de toda a insegurança que sentem, editoras são e serão por ainda muito tempo essenciais na cadeia do livro, seja ele digital ou físico. O que elas precisam entender é que não vendem papel impresso, e sim conteúdo. Conteúdo curado, escolhido, lapidado. Com a onda dos autores independentes, muitas pessoas rejeitadas por editoras poderão publicar seus e-Books, mas isso de forma alguma significa que as editoras deixarão de exercer seu papel de hub (dos títulos mais populares, dos autores mais recomendados, dos melhores revisores e designers, além de editores).Há também mais uma cena importante aparecendo nesse burburinho. Eu, que achava que os e-Readers estavam mortos para o Brasil, posso ainda ter alguma esperança de que isso esteja errado. Enquanto a Apple aposta em seu iPad e a Google prepara a chegada de seu popular (e fofo) tablet Nexus 7, Kobo e Amazon chegam com seus e-Readers. Os preços não são os que eu esperava (R$150 era pedir demais), mas gadgets com tela e-Ink a R$300 já são muito agradáveis.No ano passado, o e-Reader mais barato que encontrávamos era o Kindle, vindo direto dos Estados Unidos, por R$550. Agora temos dois, no Brasil, na faixa dos R$300. Isso deve popularizar um pouco esse tipo de aparelho, embora eu ache que ele irá se manter no campo dos grandes apreciadores de leitura. Porém, fico mais feliz ainda em saber que agora os livros podem chegar a muitos outros lugares. Não será mais necessário entrar em uma livraria e comprar algo, ou carregar peso nas costas, ou gastar R$40 em um livro.As pessoas, todos os tipos de pessoas, poderão ler em qualquer lugar, seja em seus smartphones baratinhos, ou em uma lan house, ou no computador da escola, ou em um tablet, onde for! Os obstáculos que nosso país majoritariamente rodoviário oferece não serão mais um problema. Aldeias de índios terão acesso aos lançamentos, e às mesmas promoções, que nós, que moramos na cidade grande. As possibilidades são infinitas, e muito empolgantes.Estamos terminando 2012 com o gostinho de que 2013 será um ano chave para os livros no Brasil. E vocês estão participando disso. E aproveitando.
10 de jan. de 2013
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