O governo promete fiscalizar a quarta geração da telefonia móvel (4G) para não repetir os problemas enfrentados na terceira (3G). Além de monitorar os investimentos programados pelas concessionárias, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai intensificar testes de campo e criar um índice de satisfação da clientela. "É uma responsabilidade das empresas e do poder público garantir a qualidade do 4G, tanto em respeito aos contratos firmados com o Executivo, quanto para atender bem ao usuário", afirmou ontem em Brasília o presidente da Anatel, João Rezende, durante lançamento da tecnologia pela Claro.
Também presente, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ressaltou que a implantação da internet móvel de alta velocidade vai manter o país em sintonia com as tendências mundiais, considerando que sua presença foi limitada nas Olimpíadas de Londres, no ano passado. Ele admite que a média dos planos deverá pesar no bolso, por se tratar de uma novidade voltada inicialmente a um público mais exigente. "Mas a tendência é de os preços caírem à medida que ampliar a base de clientes", acrescentou, lembrando que um dos efeitos benéficos da tecnologia será desafogar as linhas de 3G.
Sobre o risco de frustração dos turistas estrangeiros, cujos celulares não navegam na faixa leiloada de 2,5 gigahertz (GHz), o ministro recomendou alugar um aparelho no país, até como forma de economizar os altos custos do roaming internacional. "Já tive essa experiência dolorosa no exterior", contou. Ele também ressaltou que o leilão do 4G não teve como alvo apenas os grandes eventos esportivos, mas o mercado brasileiro no período de 15 anos da concessão.
Rezende lembrou que a indústria estima que serão vendidos no país, até o fim do próximo ano, 4 milhões de celulares da onda GHz; a tendência, segundo ele, é de surgirem novos modelos adaptados à realidade nacional ou capazes de navegar em qualquer faixa. "Quem vai comprar aparelho para o qual o serviço não existe?", perguntou.
A faixa de 700 megahertz (MHz), amplamente utilizada no exterior e que estava prevista para ser liberada até a Copa do Mundo de 2014, teve o leilão adiado para janeiro do próximo ano e só deve ser aberta em 2015. O atraso aconteceu porque ela ainda está ocupada pela tevê analógica.
Cobertura
O 4G estreou comercialmente em grande escala no país, 11 meses após o leilão realizado pela Anatel. Das quatro vencedoras dos 54 lotes de exploração da tecnologia, a Claro manteve a dianteira sobre Vivo, Oi e TIM, com a venda do serviço já iniciada em Brasília e mais 10 cidades. Entre as novas funcionalidades apresentadas ontem estão as videoconferências, os jogos eletrônicos com múltiplos participantes e o carregamento simultâneo de até quatro arquivos de vídeo. O modem sairá por cerca de R$ 200. Já o smartphone chegará perto de R$ 1 mil. O preço da conta, segundo especialistas, será salgado, pelo menos nos primeiros planos colocados no mercado.
» Fique ligado
Cobertura da nova tecnologia fixada pelo governo
2013/Abril
Cidades sedes dos jogos da Copa das Confederações
Dezembro - sedes e subsedes da Copa do Mundo de Futebol
2014/Maio
Capitais e cidades com mais de
500 mil habitantes Junho - 30% da zona rural
2015/Dezembro
100% da área rural
2017/Dezembro
Cidades com mais de 30 mil habitantes
2019/Dezembro
Todos os municípios do país
Oferta restrita
Até 2015, a internet móvel de alta velocidade só estará ativa no país para celulares capazes de navegar na faixa de 2,5 gigahertz (GHz). Os dedicados à faixa de 700 MHz, muito usada no exterior e que deveria ser liberada até a Copa do Mundo, no ano que vem, não estará disponível a tempo. O atraso se deve ao fato dessa faixa ser hoje ocupada pelo sinal da TV analógica; ela só será leiloada em janeiro.
Fonte: Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
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