A Microsoft comprou o GitHub, o maior repositório de projetos de programação do mundo, por US$ 7,5 bilhões.A informação já vinha circulando há alguns dias e foi confirmada pela companhia nesta segunda-feira, 04.
A Microsoft vai pagar o negócio com suas ações, que aumentaram de
valor 38% no ano passado, chegando a superar em valor do mercado a
Alphabet, dona do Google.
Em 2015, o GitHub recebeu um aporte de capital de US$ 250 milhões de
uma série de fundos, incluindo nomes famosos como Sequoia Capital e
Andreessen Horowitz. Na ocasião, a avaliação era de que a companhia
valia US$ 2 bilhões.
"O GitHub manterá seu ethos de colocar os desenvolvedores primeiro,
sua operação independente e seguirá uma plataforma aberta", afirmou o
CEO da Microsoft, Satya Nadella, em um post no blog da empresa.
De acordo com as fontes da Bloomberg, o GitHub preferiu vender o
negócio para a Microsoft a fazer uma abertura de capital na bolsa em
parte por causa da boa impressão causada pelo CEO da gigante de
software, Satya Nadella.Nadella vem fazendo movimentações de aproximação com o universo do
open source e desenvolvimento de software desde que assumiu o cargo, em
2014, mas a compra do GitHub é de longe a mais chamativa.
O GitHub é uma versão online do Git, um software de controle de
versões de software para trabalho em equipes criado pelo em 2005 pelo
próprio Linus Torvalds para controlar o desenvolvimento do kernel do
Linux.
O serviço entrou no ar em 2008 e se tornou um sucesso entre
desenvolvedores, que usam a versão free do site para compartilhar
código, divulgar seu trabalho e interagir com outros profissionais.
Mesmo assim, a empresa está no vermelho: foram US$ 66 milhões em
perdas nos primeiros três trimestres de 2016, frente a uma receita de
US$ 98 milhões. O GitHub também está em CEO há nove meses.
Em abril de 2017, o GitHub tinha 20 milhões de usuários e 57 milhões de repositórios.A aquisição é um passo da Microsoft rumo às suas origens. Os
primeiros produtos da companhia eram softwares para programar para o
MITS Altair, um computador popular nos anos 70.
Com a introdução dos sistemas operacionais, começando pelo MS-DOS nos
anos 80 e o Windows nos anos 90, a Microsoft passou a basear seu
negócio em software proprietário e fechado, tornando-se a grande
antagonista da abordagem de código aberto que tem no GitHub um dos seus
núcleos.
A Microsoft, no entanto, está mudando e vem adotando cada vez mais
software open source em projetos de computação em nuvem, nos quais está o
futuro da empresa, hoje a líder absoluta no espaço junto com a Amazon
Web Services.
A empresa já era, por exemplo, uma das maiores contribuidoras corporativas do GitHub.Ainda em abril, a Microsoft lançou sua primeira versão do Linux, como
parte de um novo produto chamado Azure Sphere, um sistema para garantir
a segurança dos pequenos processadores embutidos em eletrodomésticos,
brinquedos e outros gadgets conectados.
Apesar de toda essa aproximação, a compra por parte da Microsoft
certamente gerará uma debandada de programadores mais engajados em
projetos open source.
O tamanho do estrago vai depender das movimentações pós-aquisição da
Microsoft, que comprou o GitHub em parte para reforçar suas credenciais
como uma empresa de desenvolvimento de software.
A Microsoft comprou o Linkedin dois anos atrás, por US$ 26,2 bilhões,
em outra movimentação que teve por consequência tornar a empresa dona
de um grande repositório de informações profissionais.
A rede social seguiu independente e basicamente a mesma (o que não
pode ser considerado uma notícia totalmente boa, tendo em conta a
interface sofrível do Linkedin).
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